Ok, vamos lá. Eu fiquei um
tempo pensando em como escrever essa resenha, e já aviso que ela vai ficar
desconexa. Não consegui pensar em um esqueleto certinho pra organizar as
ideias. E já aviso que tem spoiler.
Assim que vi que a Pam
Gonçalves iria lançar um romance solo eu fiquei muito empolgada, por já ter
gostado muito do conto dela em “O amor nos tempos de #likes”. Quando pude,
comprei “Boa Noite” e comecei a ler um pouco depois. Mas sabem como é, a expectativa
estava alta demais e a realidade foi muito... baixa.
A história é sobre a Alina, uma adolescente que se muda de cidade e vai morar em uma
república da faculdade, conhecendo assim pessoas diferentes de si, festas,
diversão e pessoas novas. Além disso, Alina cursa Engenharia da Computação, e ela
e as outras garotas da turma sofrem com o machismo em sala de aula.
Eu achei o começo muito fanfic
sabe? [Não é uma crítica às fanfics, eu leio bastante delas] O deslumbramento ingênuo de uma garota que nunca tinha saído, não gostava
de festas, não conhecia rapazes interessantes, e isso foi ficando muito
cansativo. A Alina foi repetitiva demais em muitos aspectos, e eu já estava
ficando cansada do tanto que ela ficava falando sobre como era legal estar em
uma cidade nova, longe da Alina que era certinha e dormia cedo e não bebia e
zzzzzzz
Confesso: eu sou igual a Alina no sentido de: não gosto de festas, baladas, nunca fui a nenhuma festa da
faculdade [e estou no final do meu curso] e não troco uma noite de Netflix e
pipoca por uma em festas. NISSO eu concordo com ela e acho super ok você não
querer sair à noite. A vida é sua e você sabe o que gosta de fazer, certo?
Errado. Uma das primeiras
cenas já me deixou bem irritada, quando a colega de república simplesmente
arrasta Alina pra uma dessas festas quando a mesma já tinha dito que não queria
ir. Detalhe: a colega tinha acabado de aconselhar que Alina não fizesse nada
que não quisesse.
OK EU SEI QUE EU TO RECLAMANDO MUITO MAS EU TO SENDO
SINCERA AQUI
Mas vamos ao real tema do livro, e isso é realmente importante
e PRECISA ser discutido: estupros em faculdades. Sim, pesado. Machismo, estupro, assédio, o que vemos todos
os dias na internet, na tv, na mídia. Infelizmente, números que não param de
crescer e mulheres que continuam sofrendo esse tipo de situação.
Quando um trabalho é lançado
em sala de aula e a turma precisa desenvolver um projeto de cunho social, Alina
e as outras garotas da sala pensam em fazer algo que ajude as mulheres em algum
sentido. E depois que boatos sobre uma droga colocada nas bebidas de mulheres
nas festas da faculdade começam a se espalhar, elas percebem que é a chance de
fazer algo, de ajudar diretamente por meio de um aplicativo.
Até tudo isso acontecer, Alina
teve uma paixonite, foi em mais festas, foi vítima de uma lista nojenta postada
em uma página do Facebook da faculdade, precisou respirar para voltar à tona.
Gostei desse amadurecimento dela, mas foi difícil hein? De novo, ela era
repetitiva demais.
Mas deixa eu falar sobre as
coisas que eu realmente gostei no livro: além do tema ser absurdamente
importante e atual, a Pam tem um jeitinho leve de escrever sobre um assunto tão
pesado. Eu confesso que ficava muito desconfortável lendo o machismo que elas
sofriam na sala de aula, alguns vindo até de professores, e pensar que esse
tipo de coisa acontece diariamente só me deixava ainda mais enjoada. E além do
machismo, Pam também abordou um pouco sobre homossexualidade e homofobia,
bissexualidade, amizade e, acima de tudo, SORORIDADE.
"Eu vi muita gente culpando as meninas, as vítimas. Se a garota não quer, ela realmente NÃO QUER. Não é culpa da bebida, da roupa, de onde ela está ou porque ela tem algum problema. Acho que estamos todos grandinhos para entendermos o que é certo ou errado e nos respeitarmos."
Infelizmente, eu dei nota 3 no
Skoob, só por ser a nota de “Gostei”. Eu amei o tema, amei a discussão acho sim
que ter um livro desse assunto nas livrarias é muito importante e muito foda, e
pelo tema a minha nota seria 5.
Mas eu não consegui me cativar pela Alina ou pelos outros personagens – que foram muitos -, achei a personalidade de todos um pouco bagunçada e não bem explicada, ficou uma coisa rasa demais. E por causa disso eu acabei baixando a nota.
Eu amo a Pam, amo o trabalho
dela no Youtube e a pessoa que ela é, mas não deixei a minha opinião de fã
falar mais alta do que minha visão como leitora. Espero que entendam isso. Ainda
quero ler o outro romance solo dela, o “Uma história de verão”, e o conto dela
em “A Turma da Mônica Jovem – Uma viagem inesperada”.
Mesmo assim, mesmo tendo dado uma nota baixa e não gostado de bastante coisa da narrativa, recomendo muito a leitura desse livro, de verdade. É uma grande reflexão a ser feita.
Mesmo assim, mesmo tendo dado uma nota baixa e não gostado de bastante coisa da narrativa, recomendo muito a leitura desse livro, de verdade. É uma grande reflexão a ser feita.
É isso! Se você leu até aqui, muito obrigada! Vejo vocês na próxima resenha <3
Ainda vou pegar emprestado, mas entendo todas as suas críticas. Não tem como desenvolver uma história digna de 5* sem personagens cativantes e bem desenvolvidos. Tô ansiosa pra ler(mas só depois do vampiratas e da lara Jean)
ResponderExcluirPersonagens sem uma personalidade boa sabe? Vi defeitos demais em todos eles, daí as qualidades ficavam até em segundo plano. E apesar de tantos assuntos importantes a Pam não conseguiu se aprofundar em nenhum. Ficou tudo muito raso.
ExcluirEu dei um salto achando que ia mergulhar e bati na piscina infantil uahdiajduajdua
Obrigada pelo comentário dear <3